quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia das Crianças



Seria fácil eu falar de coisas bonitas e encantadoras que supostamente rondam a infância, enchendo-a de felicidade... não só fácil como clichê. Então, vamos assim... "Quando eu era criança", talvez como a maioria delas, eu queria logo ser adulta, independente, sozinha, viajar o mundo e voltar pra uma casa só minha onde eu pudesse dançar qualquer música pop cafona bem alta em todos os cômodos da casa e comer a parte do meio de uma melancia inteira. Eu queria ter dinheiro, ser modelo, ser médica, ser executiva e vendedora de loja. Queria um namorado pra me ligar o dia inteiro. Comia todos os doces da casa escondido. Tive muitas cáries e nenhum medo de dentista e muito menos de andar na rua. Mas havia uma coisa que eu detestava mais do que tudo naquela universo: a escola. Chorei muito por culpa dessa maldita... mas deixa essa parte pra lá.

Quando eu era criança, eu queria fazer tudo que me fizesse sentir livre. E fazia. E sonhava. Hoje, que a vida real já me fez cair de bunda no chão várias e várias (e, tipo, várias) vezes, sinto um pouco de receio na hora do "vamos ver" mas não deixei o "bota a cara" de lado.

Essa foto aí de cima, eu tirei no avião indo pro Rio. Essa menina era mais uma dessa geração duracell - a qual eu conheço bem por ter um exímio representante da época em casa, como meu irmão - que não parou quieta nem por um minuto, nem mesmo quando passávamos por uma nuvem de chuva de granizo e sua mãe rezava com um terço na mão para que não morressemos ali, de forma tão... enfim, essa menina era daquelas criONÇAS detestáveis, com mil habilidades precoces, mais adultas que muito adulto. Mas quando ela parava e ficava quietinha assim, como na foto, mesmo que por segundos, ela me fazia lembrar de mim com essa idade o que, imediatamente me remetia àos sonhos infantis. Nosso destino era o mesmo. Nosso paraíso mental também. Ser criança, pra mim, é acreditar, sem medo, sem preconceitos, sem fim, sem pouso... mas sem poder comer uma melancia inteira sozinha.



Nenhum comentário:

Postar um comentário