domingo, 7 de outubro de 2012

Ponto preto da última linha



Faz tempo que não consigo mais desenvolver nada aqui. Esse blog surgiu como um blog de escape para grandes mudanças que estavam a surgir. Foi tão bom quanto esperava - e até mais. Mas como tudo chega ao fim - assim como a principal motivação para o começo - este blog também chegou no seu ponto final. Sem dar tempo, sem dar espaço, apenas deixar aqui, intacto enquanto dure. Claro que eu vou respirar e beber de outras fontes, mas não caberia aqui expô-las. (get your ass out of my new things, your stalkers!).

Obrigada , Blogger, por me fazer sempre tão feliz. ♥



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Frase do Dia nº100




Mas eu não sabia que se pode tudo, 
meu Deus! 



clássica.



2a.m


"Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar.


"Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.


"Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos. Mas eu não posso usar metáforas porque seria drama, seria dor, seria amor, seria poesia, seria uma tentativa de fazer algo. E tudo isso seria menos.


"Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você.


"Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa. Forço um pouco e penso que o nome é morte.

"Eu sem nome você. Eu sem nome nós. Eu sem nome o tempo todo. Eu sem nome profundamente.


Tati, é claro.


O que fazer quando definitivamente não se sabe o que fazer




Vou senti falta dessa mesa que não usei o bastante. Vou sentir falta dessas janelas largas que não usufruí o bastante. Vou sentir saudade dessa vista que não olhei cada centímetro com atenção o bastante. Vou sentir falta de coisas que nem me dou conta agora e que, daqui a alguns dias, não terão sido o bastante. As tele-entregas poderão me acompanhar, mas o viaduto não. O movimento continua por perto, mas a avenida não. As padarias existirão, mas a favorita não. Muitas coisas mudam e eu cada vez mais tento aceitar a ideia de que tudo, tudo, completamente tudo muda. Ou vai mudar um dia. Eu não sou a mesma do mês passado e - espero - não serei a mesma mês que vem. As pessoas crescem - ou deveria crescer. As oportunidades surgem. E se vão. Os dias vêm, mas acabam. O Sol bate forte, mas eu preciso terminar minha pauta. As flores cor-de-rosa-digna-de-fotografia caem enquanto eu passo pelo parque que sempre quis entrar e sentar, mas eu preciso voltar ao trabalho. Meu irmão cresce e eu não presencio. O amor reaparece e eu não me agarro. O ódio vem e eu não o mando embora. Sinto forte movimentos pela frente, sinto o fim de um ano completamente transitório chegar, sinto a novidade, o desconhecido, o pânico e o fervor do meu sangue borbulhar dentro de mim. Caminho e penso em sete temas diferentes pra escrever, mas sento e não consigo redigir nem uma frase. Ligo e penso em não ligar, mas só me arrependo depois de dar tchau. Gasto tentando encontrar meu dever de não consumir, mas me faço vítima e doadora da minha própria felicidade de plástico. Encontro novas relações miojo, mas só até o dia seguinte. Tenho super ideias, mas minha boca não consegue abrir nem para bocejar no brainstorm. Quero, mas sei que não posso. Falo sem pensar. Penso sem falar. Sinto sem existir. Vejo onde não há. Como seria possível ter um céu azul, se estou no escuro? Seria possível ainda ser você, se nem eu mesma sou mais eu mesma? Desconheço o território a minha frente, mesmo sendo as mesmas calçadas-com-pedras-soltas de todos os dias. Testo novos sabores, mas me desperta a gastrite. Vou além do que posso e me surpreendo. Sou capaz de ouvir novamente. Sou capaz de ser gentil novamente. Sou capaz de estar aberta a novas coisas novamente. Mas continuo insatisfeita com o background do twitter, a capa do facebook, os namorados apaixonados sempre se beijando na minha frente, as velhinhas demoradas na fila, a fila do banco, a monitora da minha turma, os porteiros do meu prédio, as pedras soltas na rua, o frio, a solidão, a azia, a gastrite, a comida, a corrida, as cores, os amores. Percebo que foi e continua sendo mais fácil reclamar, mesmo sendo verdadeiramente grata às conquistas que eu mesma ganhei, que eu mesma desbravei, que eu mesma venci. Bato forte no peito o orgulho de ser quem eu sou, do jeito que sou, do tamanho que sou, na verdade que sou, pelo fato de ser a cada dia mais forte, pelo fato de ter chegado ao ponto de que as únicas pessoas que quero surpreender são meus pais e meu chefe. Eu só ainda não posso responder do que é feita a vida, mas posso dizer o que a vida fez de mim.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

3




Não consigo entender
O tempo
A morte
Teu olhar
O tempo é muito comprido
A morte não tem sentido
Teu olhar me põe perdido
Não consigo medir
O tempo
A morte
Teu olhar
O tempo, quando é que cessa?
A morte, quando começa?
Teu olhar, quando se expressa?
Muito medo tenho
Do tempo
Da morte
De teu olhar
O tempo levanta o muro.
A morte será o escuro?
Em teu olhar me procuro.
 
Paulo Mendes Campos








domingo, 19 de agosto de 2012

Let's make it saturday forever





O Fim do Fim



É domingo. Pela natureza, uma força escura que refere-se à massa cinzenta de uma nova semana se aproxima. Mesmo que sua tentativa de lutar contra essa presão seja válida, nada muda a fatalidade de um fim de semana chegar ao fim. Aproxima-se à dor do fim de um dia no parque, o fim do filme preferido, o fim das coisas naturais da vida. Pode até ser visto como exagero por alguns, mas o domingo é um dos piores dias de uma semana. Entre o fim, há o começo, a esperança de que segunda-feira "tudo pode ser diferente". Começa-se uma nova dieta, planeja-se caminhar mais do que andar de carro, fazer mais coisas que tornem o tempo mais produtivo e menos sedentário. É paradoxal que este fim coloque-se tão distante de um outro mesmo fim, que igualmente caracteriza-se pelo fim de uma semana que passou. O fim de semana. Talvez um dos únicos fins almejados, o fim de semana é a calma na alma, o sopro no teu vestido, a Lua sorrindo no céu. O fim de semana é a excitação da novidade, do inesperado - ou do planejado. O fim de um fim de semana é só mais um fim, um novo eu em mim.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Trezentos e Sessenta e Seis

Não me importa o que digam. Muito menos o que pensem. Sinto vontade e necessidade de contar o que sinto e como nunca houve - e nem haverá - nada que impossibilitasse de expressar-me, assim farei.

Aconteceu como já sabíamos que aconteceria. Nós e todos aqueles que nos cercavam, fossem eles próximos ou distantes. Aconteceu na pior data, do pior mês, no pior ano que já presenciei nesta vida. Treze. É provável que não saiba, mas em mim faz-se marcada feito tatuagem. Um domingo mórbido, afogado no fundo de um poço escuro e sujo, que aumentava sem parar devido ao grande número de lágrimas que jorravam dos meus olhos. Não poderia ser verdade. Mas era. Não poderia ser definitivo. Mas foi. E desde então, tu te mantém intacto sobre o maior pódio da minha vida, a referência amorosa mais forte e presente de todas. É quase inacreditável. E inaceitável. Fomos vítimas de nós mesmos. Da nossa imaturidade, infantilidade, incapacidade de relacionar-se de forma coerente. (Mas e existe coerência no amor?). Era mais que amor. Era paixão, obsessão. Era tanto naquele nada. Era vazio e frio. Era um barco sem controle numa tempestade. Era vermelho feito sangue que escorria, doído, do meu coração. Era nada. A vida só se fazia em mim quando me tocavas. Juntos, éramos a materialização de duas almas carentes de vida. Juntos, éramos só nós. E eu. E tu. Mas era muito. Overdose. Era mais do que chegada a hora de partir. Nós sabíamos disso. Ainda sabemos. Tu foste o mais corajoso e mais forte. Tomaste o caminho oposto ao meu, e eu, cega, quase sem vida, corri pra tentar te alcançar. Quando cansava e virava um dos pés para o outro lado, tu vinha pra me fazer relembrar da tua existência - como se fosse possível algum dia da minha esquecer. Por que nos envolvemos tanto? Por que sentimos o que foi sentido? Haviam tantas pedras no caminho, tantas dificuldades... Por que não pensamos? Como tudo um dia pode parecer ser tão fácil? Permaneci buscando tua alma perdida da minha, o pedaço de mim arrancado como se alguém tivesse me levado um rim. Tu era meu. Meu melhor amigo, meu amante, meu namorado, meu confidente, meu sonho, minha realidade, meu choro, meu suor, minha febre, meu sorriso, minha vontade de acordar. Mas o amor é privilégio dos adultos, daqueles que sabem como agir sem estragar tudo, sem perder, sem machucar. Nós não soubemos preservá-lo - mesmo que eu ainda acredite que ele pulse (e forte) dentro de nós.

Demorei pra arrumar aquela gaveta. Passei meses sem encostar naquela câmera. Não encontrava coragem pra recolher tuas coisas espalhadas entre todas as minhas. Abria os olhos de manhã já chorando. Não comia. A declaração escrita atrás da porta do meu quarto continua lá. Intacta. Assim como tantas outras coisas aqui dentro. E talvez, mesmo com tantos tropeços, tantas voltas rápidas, tantas promessas falhas, tantos "não volta" "não tenta" "não perdoa" "não atende", eu voltei, tentei, atendi, perdoei. Errei tanto quanto tu. E herdei esse sentimento de ti. Não guardar mágoas é uma das coisas mais incríveis que eu já aprendi até hoje e foi exatamente tu quem me ensinou - como se já pudesse prever o futuro.

Das muitas perguntas que eu sempre fiz, nunca obtive nenhum resposta. Algumas coisas apenas são e nessa afirmativa eu me sustento. Mesmo que o tempo nos cubra de rugas, eu ainda estarei aqui, assim como aí eu sei que você vai estar. Veja você, nos amamos até o fim raiar. Um ano depois, o que ainda estará por vir? Qualquer coisa, menos o calar. Eu espero que esteja feliz nessa nova realidade, que as pessoas ao teu redor possam cuidar de ti como eu não mais posso e que possam te fazer sorrir o dobro de vezes que eu te fiz chorar. A tua felicidade, hoje, é o preço alto que eu pago por ter te visto partir. E, assim, quem sabe, um dia, há de realizarmos as sacolas do Zaffari sobre a mesa, duas bicicletas escoradas na parede, o João e a Maria, nossa viagem de carro pelos EUA e tantos outros planos ainda não realizados. Até lá, não se esqueça de mim, nem da nossa história e continue a espalha-la como se fosse a maior e mais linda história de amor da tua vida. E que parte de ti acredite que ela é mesmo. E que continues a tocar violão na sala, como sempre, mesmo quando eu não estiver mais olhando.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

etnemavon, sueda




É incrível a nossa história
Sem nenhuma prova concreta
Só palavras, que voam com o vento
Imagens que eu guardo na memória
Um segredo inviolável
De uma paixão inflamável
Mas que nunca incendeia
Nem em noite de lua cheia
Às vezes passo dias inteiros
Imaginando e pensando em você
E eu fico com tantas saudades
Que até parece que eu posso morrer
Pode acreditar em mim
Você me olha, eu digo sim
Mas eu nem sei se sofro assim
O que eu quero é você longe de pra mim

segunda-feira, 6 de agosto de 2012



O que eu bebi por você dá pra encher um navio
E não teve barril que me fez esquecer
O que eu bebi por você nunca artista bebeu
Nem pirata bebeu, nem ninguém vai beber
O que eu bebi por você quase sempre era ruim
E, bem antes do fim, eu já tava à mercê
O que eu bebi por você me fazia tão mal
Que já era normal acordar no bidê
Cada dono de boteco e catador de lata
Agora te sorri agradecido
Se o seu plano era contra o meu fígado, meu bem
Você foi bem sucedido
Parabéns pra você.

via @comedienne



quarta-feira, 25 de julho de 2012

me ama











Em mim
Há verdades
Que devem ser aceitas
E preservadas
Até o fim.




um




O que existe além do que já foi dito sobre amor? Toda minha vida pautada em amores que tive ou gostaria de ter. Falando sobre os que tive, também não tenho muito a dizer. Amei e fui muito bem amada. Mas foi um amor, um único amor que veio, cruzou minha vida, tocou minha alma e ficou marcado em minha pele. 

Todos nós carregamos conosco uma história. Aquela que só nos atrevemos a lembrar quando, durante a noite, no escuro, encostamos as nossas cabeças no travesseiro e o silêncio cala fundo. 

Não importam os anos, certas coisas simplesmente permanecem.

Mas então, numa quinta-feira à tarde de um ano qualquer, tropeçamos neste amor já supostamente esquecido. Percebemos que amor igual não há e que aquela pessoa continua e continuará sendo nosso referência afetiva mais sincera e profunda. Não é doença, nem obsessão. Aliás, não é nada. Só amor. Amor dos bons, daqueles que são únicos e maravilhosos, que acontecem poucas vezes na vida das pessoas. Daqueles amores que ficam e que teremos que conviver com ele como algo concreto e parte de nossas vidas.

Que alma consegue atravessar a vida sem ter conhecido o amor e, quem sabe, ter a sorte de ser correspondido? Que vida vale a pena sem amor? Nenhum sentimento é mais lindo, profundo e transformador que o amor. Só o amor transcende e purifica. Enlouquece e cura. Invade e permanece. Liberta e aprisiona. Quando acontece, é um som grave que penetra, invade e permanece. 

Não compliquem e nem elaborem o sentimento mais incrível e poderoso de todos. Permitam que ele chegue e se instale. Pois o resto são bobagens, meninos. 
Bobagens.

via vimeo


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sem mais sedativos.







Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television. Choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed- interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit- crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. 
Choose life.










domingo, 22 de julho de 2012

Leaving





I'm leaving you. Leaving all this scene. I am leaving this town,
this story that never really started. 
Leaving all behind.
But that "all" never truely existed.
And you never understand me, 
even when i tried - so hard - to make it, it was in vain. 
I cannot explain. 
Let me go. 
Let it be. 
Let it die.




segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ioiô





Já faz um tempo que eu percebo que a vida passa depressa. E ao passar desse tempo, é possível entrar por entre os diferentes caminhos que se toma, com diferentes pessoas. (ou assim esperava-se). E quão admiráveis são as que não conhecemos bem! Ora, se é possível decepcionar-se com relações sólidas e longas, como não ter plena certeza desta mesma finalidade, com o desconhecido? Pois baseada na Lei das Propabilidades, eu ando pagando pra ver. E pagando por um preço bastante alto. Acho que prefiro passar por contínuas decepções do que por me trancar dentro de sentimentos palmitantes. Permaneço a acreditar que este tempo que rápido demais vem passando, não pode ser disperdiçado com jogos mentais.

O problema mora na revelação. A ambiguidade de uma relação de duplo caminho, gera tantas possibilidades positivas quanto negativas. No meu caso, por algum motivo cósmico - por ser mais fácil acusar o cosmos do que qualquer outro ser neste planeta vivente - apenas as negativas colocam-se em vigor. As positivas, sei lá, devem ter ido embora com a minha crença em sentimentos puros e verdadeiros.

É como esse regresso do ioiô nos colégios da cidade. Todo mundo gosta, respeita, assume. Mesmo que quando solta, ele volta. Mesmo que quando desce, ele sube. Mesmo que quando esqueça, ele aparece na sua mochila.

Um dia quem desiste é ele. Um dia ele escorrega da tua mão e sai rolando, boeiro abaixo.


quinta-feira, 5 de julho de 2012








I'm not gonna meet your mother anytime
I just wanna grip your body over mine
Please, tell me, why you think that's a crime?




terça-feira, 3 de julho de 2012








Tadeu (da razão)



Rias porque tudo era cheiro e transparência e o meu toque era vermelho sobre a tua vida, factível de repente perguntaste, o que é factível, Tadeu? Por quê? Porque vi nos teus papeis assim: factível sim uma pirâmide solar sustentando a vida. Que pode ser feito, Rute. Não há névoa agora, há fatos e retratos, quando pensavas que víamos juntos as mesmas coisas não era verdade, que os fatos as coisas os retratos o verde o branco coalhado da flor dos limoeiros estava ali à nossa frente e víamos tudo isso com o mesmo olho, ah, nada nada, não víamos, teu limite é distante do meu, as descobertas não serão jamais as mesmas, sofro de sofreguidão, vejo através, difícil dizer aos outros que estou sofrendo de vida, que nunca mais vou morrer porque me incorporei à vida, não é que não te ame mais, mas devo ir, direi assim?




Decisão do Nunca




E enquanto viver
Também depois, na luz
Ou num vazio fundo
Perguntarei: até quando?
Até que se desfaçam
As cordas do sentir.
Nunca até quando.










sexta-feira, 29 de junho de 2012



Começa com uma pequena ardência no nariz, que vai se espalhando pelo rosto, contagiando as bochechas em direção aos olhos. Quando isso ocorre, é muito difícil reverter o processo, pois todos os músculos faciais estão envolvidos no esquema. 
A tentativa de lutar contra essa conspiração é válida e até digna, mas, a essa altura, sinto-lhe informar que será em vão. Porque seu corpo já está decidido, a despeito do que você havia planejado. 


É uma pena, meu bem. Mas você vai chorar.


via adorável



Por um mundo mais desinibido











*him



Obrigada por nada







terça-feira, 26 de junho de 2012











Nesse versinho
Pra te dizer quem sou
Pra te dizer o que sinto
Eu quase me perco no caminho que vou

Nesse oceano que és tu
Parece até vudu
Quando eu só queria lembrar
O que eu já esqueci o que ia dizer
Que não há mais razão nesse meu querer.




Orgulho de ser quem sou






novidade.








D-E-S-I-S-T-O





Antoine, Astronauta, Bobby Alien, Chuck, John, Pierrot, Bass, Denis, Maricá, Você. Vocês todos, caras da minha vida, vocês todos os quais eu (d)escrevi aqui, os quais eu sonhei, chorei, gritei, deixei, amei, vocês todos estão oficialmente demitidos da minha vida. Gastei tempo demais com vocês. Me amaram, me fizeram sentir as coisas mais lindas (e mais terríveis) que eu já senti. Intensos, densos, lindos, charmosos e o melhor de tudo: únicos. Cabe a mim guardar sim, cada segundo que entre nós foi compartilhado, porém, a fila anda, o mundo gira, as pessoas mudam. E você mudaram, assim como eu. Sou grata e isso basta. Adeus.


Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés

segunda-feira, 25 de junho de 2012





Absoluto dom de existir





 




Pra sonhar e sorrir












À Gerência






Vida com cara de intervalo



Que saída é essa? – contornei consciente da cilada que me esperava.
Tem alguma coisa errada –  pensei. A placa dizia para cruzar a porta do umbral, não para adentrá-la.
Abri o mapa.
À minha frente, em um único plano, as estradas se retorciam como mandalas tecnicolormente cruéis de ilusões de ótica.
Pelas trombas nirvânicas de Ganesha – meditei. Dai-me visão, possibilidades, alguma inteligência e, sobretudo, uma dose extravagante de paciência – afastei supondo que teria sido vítima de algum ritual macabro de magia negra.
Balancei a cabeça com aquele gesto fúnebre de ciência médica que aprendi na infância quando diagnosticava o estado de saúde precário de minhas bonecas. Olhei em volta. Meus olhos varreram o chão como se esperassem encontrar alguma resposta na poeira que a brisa espalhava e nada. Era como estar dentro de um oásis infernal que aparecia de desaparecia quando bem entendia. Fiquei observando minhas pegadas sumirem por aqueles labirintos vivos, sentindo que meu corpo se distanciava da alma a cada passo que dava.
Abri o manual de instrução de Franz Kafka na esperança de que ele tivesse alguma sugestão para amenizar o horror que me esperava. A primeira lição: "O sentido da vida é que ela termina." Franzi o cenho com um semblante pessimista e repeti aquela frase até ficar convencida.
Som a som, a voz autoral extravasava para o fundo sem saber do seu próprio mergulho no mar turvo da imaginação. As vozes eram visões proféticas da consciência a bater o cajado sobre as águas escuras da emoção para que elas se levantassem e, quem sabe, impedir que os exércitos internos e externos se precipitassem para além de sua dimensão já que não era possível impedir que eles se enfrentassem. Ou não. A voz era o mapa da mente a exigir de seu descobridor a latência da busca, ao triunfo de finalmente encontrar o que se procura. Sorri à saúde daquele desapegado escritor tcheco, pensando com certa alegria que, inversamente, o sentido da morte é que ela ressuscita.
Coloquei o lápis em riste e cocei a ponta do nariz. Era preciso refazer a rota. E onde depositar a fé do encontro senão no caminho de volta? Sempre acreditei que devesse esperar o momento certo para dizer a todos aqueles que cruzaram o meu caminho o quanto eles são importantes. Considerando que minhas histórias sempre começaram e terminaram em um cemitério, nada mais apropriado do que este momento, de morte. Momento em que encerro este luto simbólico pelo enterro dos erros, das culpas, dos medos, dos arrependimentos, para que, diante de nós, serenamente, a alma-palavra possa ganhar forma e estender esta ponte contínua de afetos presentes. Elas nada pedem, exceto que eu atravesse. Meu coração bate como um par de castanholas por me postar diante de vocês, assim, tão ritmicamente. Foi um convite irrecusável à metamorfose, à transformação profunda, à coragem de jogar fora um passado velho, para que um novo presente entre.
Quando consegui me convencer de que não poderia mais parar de escrever, voltei para a escrivaninhaAs velhas canetas que abandonei sobre a bancada da mesa pareciam sorrir, como numa convenção coletiva de cumplicidade maldita.
Mesmo tendo contraído a doença das palavras,  não tive dúvidas de que viver a vida ainda é melhor que imaginá-la. Mas uma coisa é certa. Não se deve deixar histórias pela metade, sobretudo aquelas que valem a pena ser contadas. O palco da existência é vasto demais para deixarmos de acreditar que amanhã não haja outro cenário, outros personagens, outros enredos, outros aplausos. Em todo caso, para toda boa trama é necessário um intervalo. 
Fui andando até o quarto e sentei-me em cima de um tapete acolchoado. O ar cheirava a sândalo. A pressão sobre os pulmões tinha se evaporado. Ajeitei as costas numa posição de monja tibetana, cruzei as pernas, respirei, expirei e inspirei:
LAAAAAAMMM
VAAAAAAMMM
RAAAAAAMMM
YAAAAAAMMM
HAAAAAAMMM
OOOOOOOMMM
E-E-E-EEEEEEMMM – remixei.
É como um ritual de purificação. Não se chega ao cosmo sem passar pelo caos. Tenho consciência Krishna. A todo o tempo morro e renasço. Em um espírito mais sábio? Não. Em um espírito mais sóbrio, eu acho.

Lídia Martins


Lei nº 87548: Liberta-te e expressa-te










sexta-feira, 15 de junho de 2012

Se você quiser, eu vou te dar um amor desses de cinema






Não vai te faltar carinho, plano ou assunto ao longo do dia. Se você quiser, eu largo tudo, vou pro mundo com você, meu bem! Nessa nossa estrada só terá belas praias e cachoeiras. Aonde o vento é brisa, onde não haja quem possa com a nossa felicidade. Vamos brindar à vida, meu bem! Aonde o vento é brisa e o céu claro de estrelas. O que a gente precisa é tomar um banho de chuva...


Obrigada,






à mim mesma por isso!


Uma coisa que eu amo muito:





ESSA IMAGEM!!! ♥_________ 





Cher Antoine




Cher Antoine,

escrevo-te por aqui pois não posso escrever-te diretamente e muito menos falar-te pessoalmente as coisas que irei declarar. E acredito que esta mesma seria a palavra correta "declarar", pois já faz um tempo que estes estranhos sentimentos passam dentro de mim. É difícil acreditar, eu sei, e mais difícil ainda tentar entender como tudo foi acontecer assim, mas, a essas alturas das nossas histórias, acredito que pouco importam as razões pelas quais nossos caminhos foram magicamente cruzados, como se o destino tivesse intervido, sem dó, nem piedade. Porém, não reclamo. Muito pelo contrário, agradeço imensamente que tenha entrado em minha vida dessa forma, tão rápida, tão fulminante, tão bonita. Pena que, talvez, você não veja dessa forma. Hoje já eu não consigo esconder essas vontades gritantes aqui de dentro, por mais que tenta. Hoje eu já não consigo só ser isso-seja-lá-o-que-for que sou pra você. Quero ser mais, muito mais. Te colocar na minha vida como parte anexa dela, múltipla de felicidade e prazer, filha gerada dessa rotina tão transitória e tão contrária a tudo que já vimos/sentimos por aí. Antoine, por que não responde claramente às minhas perguntas? Por que não diz-me diretamente o que sentes, o que queres, o que tanto procuras? Seria eu capaz de saciar essa sede maior que a minha? Bem, talvez acreditar na minha capacidade seja um bom começo. Para de calcular, de medir, de pesar. E então, deixa eu te mostrar de que o improvável salta aos olhos mais rapidamente do que podes imaginar. Pode ser jogar-se ao abismo, correr no escuro, gritar em uma sala fechada. Mas, me diz: isso tem algum valor? Vem pulsar teu coração ao lado do meu. Vê se entende que "Antoine" é, sim, você.



terça-feira, 12 de junho de 2012

E pro dia dos (n)ab(m)ob(r)ados...


casais que eu amo!

Sid Vicious e Nancy

Johnny Depp e Kate Moss

Courtney Love e Kurt Cobain

 June Carter e Johnny Cash

Robert Mapplethorpe e Patti Smith 

Frida Kahlo e Diego Rivera

Bob Dylan e Joan Baez

e o mais lindo de todos:

Gabriela Stangherlin e Julio Graff

meu pais!