sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cher Antoine




Cher Antoine,

escrevo-te por aqui pois não posso escrever-te diretamente e muito menos falar-te pessoalmente as coisas que irei declarar. E acredito que esta mesma seria a palavra correta "declarar", pois já faz um tempo que estes estranhos sentimentos passam dentro de mim. É difícil acreditar, eu sei, e mais difícil ainda tentar entender como tudo foi acontecer assim, mas, a essas alturas das nossas histórias, acredito que pouco importam as razões pelas quais nossos caminhos foram magicamente cruzados, como se o destino tivesse intervido, sem dó, nem piedade. Porém, não reclamo. Muito pelo contrário, agradeço imensamente que tenha entrado em minha vida dessa forma, tão rápida, tão fulminante, tão bonita. Pena que, talvez, você não veja dessa forma. Hoje já eu não consigo esconder essas vontades gritantes aqui de dentro, por mais que tenta. Hoje eu já não consigo só ser isso-seja-lá-o-que-for que sou pra você. Quero ser mais, muito mais. Te colocar na minha vida como parte anexa dela, múltipla de felicidade e prazer, filha gerada dessa rotina tão transitória e tão contrária a tudo que já vimos/sentimos por aí. Antoine, por que não responde claramente às minhas perguntas? Por que não diz-me diretamente o que sentes, o que queres, o que tanto procuras? Seria eu capaz de saciar essa sede maior que a minha? Bem, talvez acreditar na minha capacidade seja um bom começo. Para de calcular, de medir, de pesar. E então, deixa eu te mostrar de que o improvável salta aos olhos mais rapidamente do que podes imaginar. Pode ser jogar-se ao abismo, correr no escuro, gritar em uma sala fechada. Mas, me diz: isso tem algum valor? Vem pulsar teu coração ao lado do meu. Vê se entende que "Antoine" é, sim, você.



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