quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

último dia




Amanhã será 16 de dezembro de 2011 (JÁ!). Amanhã será meu aniversário. 20 anos. Um amigo meu me disse que a parte mais triste é nunca mais ter "deze...", talvez a tristeza venha por essa fase DEZ... ter passado. Esse ano foi intenso, como todos os anos da minha vida já foram. Mais dois semestres na faculdade. Mais um emprego que se foi. Mais novas entrevistas que vieram. Mais um namoro que chegou ao fim. Muitos amigos feitos pelo caminho. E bons, muito bons. Perdas e ganhos. Conquistas e derrotas. Como sempre foi, sempre será. Ganhei uma carta ontem, quase anônima, ironizando o quanto tudo sempre é mais difícil e melodramático pra mim, mas me lembrando o quanto isso me torna mais forte - e louca, achando que infinitas-possibilidades é filosofia de vida. E não é? 

O que começou com um verão daqueles inesquecíveis, passou por problemas financeiros (que permanecem), por show mais esperado de todos, punk como way of life, sextas geladas em um bar molhado terminando em muito chororô de bossa-nova. Me abracei em Maysa e Amy, chorei pela dor de nós três. Alguém me disse que era preciso exorcizar a dor e, certamente, mpb nunca foi tão salvadora da pátria. "Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor", aprendi a respeitá-la. Aprendi a não desistir. Aprendi que era melhor deixar ir. A perda, o fim, o escuro da solidão me fez cair ao mesmo frio relento do qual já provei, mas, também, me fez dar passos maiores que meus próprios sonhos. Me descobri mais madura e mais forte, sim. Descobri que o mundo lá fora realmente existe e é muito melhor do que eu imaginava. Descobri o Rio. Descobri o carioca. A praia, o suíngue até no jeito de olhar. Descobri que as possibilidades podem virar realidades e que experiências são melhores do que materialismo.

Perdi o rumo. Perdi o norte. Perdi a cabeça. Bebi, mesmo sem saber. Fugi, mesmo sem ter pra onde. Voltei, mesmo não devendo - mas só pra pegar minhas coisas e ir embora. Aceitei meu caso sério comigo mesma. Fiz um novo blog. Conheci novos timbres. Novos rostos. Novos braços. Mas a tristeza não tem fim, felicidade sim. Olhei de novo e percebi que não merece o afago nem de Deus nem do Diabo. Saí correndo. Antes tarde do que nunca

Laços feitos e desfeitos nunca foram tão intensos. Principalmente os feitos. Construí uma nova família, com Muito Amor. Conheci a franqueza de um Chuck, o idealismo de um Bass, a improbabilidade de um Bobby, a inocência de um Tony, as novas galáxias de um astronauta. Aprendi a rir da própria Psicose, me virar na própria via láctea, que não tinha nada de Wonderland. Irmãos nunca foram tão Hermanos. Fotografias, tão detestáveis, a capacidade de guardar momentos só pra mim tornou-se um privilégio acordado com a minha eternidade. Marthas, Tom, Joãos, Natálias, Clarices, Iottis, Chicos... nunca estiveram tão certos.

19 anos. Continua sendo a lei da selva, Dibob, mas com a vida mais wild.


Um comentário:

  1. Pirei. Seu texto acaba de me ajudar a superar as minhas dificuldades. Que essa nova idade possa te trazer mais bagagem de aprendizado e coragem pra viver essa vida com toda intensidade que ela merece. Parabéns adiantado! kiss

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