domingo, 12 de fevereiro de 2012

Seis





Seis meses se passaram. Ainda te encontro por entre nossos registros online (e como foram numerosos!). Pulsa mais forte meu coração quando isso acontece; é como reviver, te sentir, te (re)amar. É como se tu nunca tivesse partido e, ao mesmo tempo, como se eu nunca mais tivesse voltado. "Levanta e te sustenta", disse a música e disse tu, sabendo que não foste por por não me amar. Apesar de repetir essas quatro palavras que corroeram os poucos restos que tinham sobrado de mim (e de nós), teu "eu não te amo" caía no esquecimento quando tua visita, tímida, arrependida, frágil, sensível, resolvia me surpreender. E me balançar. E muito. Seis meses depois, revivo tudo com o mesmo ocorrido com uma amiga. Ouço as mesmas desculpas, lamento pelos mesmos motivos. Tento consolá-la com tantos clichês que decorei, fingindo não precisar consolar a mim mesma. Chorei até ter dó de mim. Gritei por mudanças na busca por me recriar, mas mantenho a impressão de que saí de órbita pra nunca mais voltar. Ainda pensa em mim, eu sei. E sente saudade. Mesmo que a boca que te beija hoje não seja mais a minha e o corpo que tu queres abraçar, não é mais o meu. Mesmo que não seja minha a última ligação no celular e a mais nova atualização no Facebook. Mesmo que não seja o meu cachorro que corre em tua direção, saudar tua chegada. Mesmo que não seja meu irmão lembrando-te do quanto és incrível. Mesmo que as manhãs de sábado não sejam mais para acordar cedo - e sim, para acordar da ressaca. Mesmo que velhos sonhos tenham se partido. Mesmo que velhos presentes não tenham mais sentido. Mesmo que velhas promessas tenham sido esquecidas. Mesmo que não seja mais meu. Sempre soube o que sentia. Eu via. Não teria ido embora assim, tão de repente. E muito menos mudado de alvo, tão rapidamente. Hoje, tu não te assume. Não assume o que há ao teu redor. Por medo? Não sei e nem quero. Eu te perdi e ganhei a imensidão, juntamente com esse vazio incalculável. Sei que outros virão. Saiba que alguns já estiveram no seu lugar. Mas jamais irei compará-los a ti, procurar viver o que vivemos e muito menos acreditar no que sentimos. Mas não pretendo me enganar e muito menos usar alguém pra preencher tantas perguntas não respondidas. A solidão é mascarada por luzes piscantes, álcool e fumaça. De dia, eu sinto. De noite, passa. Não se importará. Não contará o tempo. Não sentirá mais nada. E não me esquecerá.







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